As Oportunidades do Parque do Tumucumaque
As
negociações políticas com relação ao
Parque do Tumucumaque iniciam no Governo Lula como terminaram no Governo
FHC. Cada um querendo resolver o problema por sua própria conta.
Considero isso um equívoco, pois em negociação política
prevalece a premissa que a “união faz a força”.
Um primeiro passo, que considero libertador, é o entendimento de
que o Parque do Tumucumaque deixe de ser encarado como problema e passe
a ser visto como oportunidade. Chega de lamentações não
fundamentadas, que mais parecem recursos de quem não tem argumentos
e propostas. O Parque do Tumucumaque tem que passar a ser um orgulho do
Amapá, onde o Governo Estadual deve assumir um papel de liderança
nas negociações, mas com qualificação de suas
intervenções.
Um segundo passo, que considero desafiador, caminha na articulação
pró-ativa do Governo Estadual junto a Bancada Parlamentar do Amapá,
no sentido de internalizar uma posição estratégica
conjunta de negociação política em relação
ao Parque do Tumucumaque. Afinal, é no orçamento federal
que vai se materializar os possíveis benefícios decorrentes
de quaisquer negociações e nesse ponto, a Bancada do Amapá
deve trabalhar de forma integrada. Durante a fase de criação
do Parque do Tumucumaque, somente o Deputado Antonio Feijão se
fez presente nas reuniões, contribuindo com idéias e apoio
político para as negociações.
Junto com essa articulação, a participação
da sociedade amapaense é fundamental para dar legitimidade ao processo
de negociação política entre o Governo do Amapá
e a Bancada Parlamentar com o Governo Federal e outros potenciais parceiros
nacionais e internacionais. Trazer a sociedade para a discussão
desse tema significa qualificar um processo de debate, onde a Secretaria
de Estado do Meio Ambiente assume um papel de grande importância
na “provocação inteligente” dos movimentos sociais.
Nesse terceiro passo, que considero emancipador, é fundamental
que não se crie um sentimento de inferioridade junto à sociedade,
vendendo o estigma do colonialismo e de que agora iremos nos vingar. A
sociedade não pode ser refém do pensamento governamental.
O importante é esclarecer os fundamentos do movimento preservacionista
e do que representa em nível de estratégia global a disputa
de mercados genéticos entre as grandes potências industrializadas,
onde o Parque do Tumucumaque é mais uma peça nesse delicado
e complexo quebra-cabeça.
Marco
Antonio Chagas
[email protected]
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