POPULAÇÃO SE MOBILIZA EM APOIO À PROTEÇÃO
DE CRIANÇAS INDÍGENAS AMEAÇADAS PELO INFANTICÍDIO
MANIFESTAÇÕES PÚBLICAS MARCADAS
EM 10 CAPITAIS DO PAÍS
BRASÍLIA, DF - 15 de Julho, 2008. Poucos
dias antes do Congresso Nacional iniciar seu período de recesso,
um movimento popular de ampla abrangência se mobiliza organizando
manifestações públicas em 10 estados do Brasil.
A motivação deles é apoiar o Projeto de Lei 1057,
apresentado pelo Deputado Henrique Afonso (PT-AC) em 2007. Batizado
como Lei Muwaji, em homenagem a coragem da indígena Muwaji
Suruwahá em enfrentar os costumes de sua tribo em prol de sua
filha com paralisia cerebral,
a Lei, se aprovada, vai garantir que os direitos das crianças
indígenas sejam protegidos com prioridade absoluta, de acordo
com a Constituição Brasileira, o Estatuto da Criança
e do Adolescente, e todos os acordos internacionais de Direitos Humanos
dos quais o Brasil é signatário.
Entre as cidades que participarão das manifestações
nos dias 16 e 17 de Julho estão: Brasília, Curitiba,
São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Florianópolis,
Recife, Belém, Salvador e Aracajú. Em Brasília
e em Curitiba espera-se entre 100 a 150 participantes em cada manifestação.
“Reconhecemos a importância de preservar e proteger a
cultura indígena”, comenta Enock Freire, Coordenador
Geral das manifestações públicas marcadas para
esta semana, “mas sentimos a necessidade de apoiar e dar voz
às centenas de famílias indígenas que querem
preservar a vida de seus filhos, ameaçadas por tradições
que permitem e até incentivam o infanticídio. Nossa
intenção nunca foi denegrir a imagem das mais de 220
etnias que vivem no Brasil, e sim destacar a importância de
preservar a continuidade destas mesmas culturas através de
suas crianças.”
Enock foi também produtor do filme-documentário “Hakani”,
filmado em Fevereiro de 2008 em Porto Velho, Rondônia. Nestas
últimas semanas a apresentação do filme tem sido
fonte de muita polêmica, sofrendo oposição da
FUNAI cuja opinião é que o filme generaliza inadequadamente
uma tradição indígena.
Todo ano estima-se que mais de 200 crianças indígenas
de várias tribos são rejeitadas por suas comunidades,
condenadas à morte por serem portadoras de deficiências
físicas ou mentais, por serem gêmeas, ou filhas de mãe
solteira. Por estas razões são enterradas vivas, envenenadas
ou abandonadas na floresta. Muitas são recém-nascidas,
outras são mortas aos 3, 5 e até 11 anos de idade.
Para maiores informações, favor ligar para Andrea Aparicio
(11) 7559-8110 ou (61) 8558-0703. Em Macapá os contatos podem
ser feitos com Davi Galúcio, nos tel.: 3225-1222 e 8124-3420
[email protected]
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