Carta aberta ao ministro da Justiça
Exmo. Sr. Ministro da Justiça Tarso Genro Esplanada dos Ministérios,
Bloco T, Ministério da Justiça, 4º. Andar CEP 70064.900
- Brasília/DF - Brasil Fax +55 61 3224 4784 Email: [email protected]
Exmo. Sr. Ministro,
Meu nome é Mauricio, tenho 45 anos de idade, e nasci na Paraíba;
terra de Jackson do Pandeiro, Epitácio Pessoa, Augusto dos Anjos,
Ariano Suassuna e muitos outros que ajudaram e ajudam a construir positivamente
esse nosso querido Brasil caboclo de Mãe Preta e Pai João.
Atualmente moro no Amapá, já há 13 anos, aqui muita
gente boa também ajudou e ajuda a construir positivamente o país.
Sei que na sua terra, o Rio Grande do Sul, muita gente sacrificou-se
na tentativa de construir um país melhor. E assim nós
sabemos que por esse Brasil afora, do Oiapoque ao Chuí, muita
gente sofreu e sofre lutando na esperança de termos um país
mais justo, mais igualitário e mais humano; que o diga, o pernambucano,
Luís Inácio Lula da Silva.
Sempre acompanhei a sua trajetória Política e a sua
vida pública com muita admiração ,pelos seus discursos
e pelas suas posições sempre fortes e aguerridas, e fiquei
muito feliz e esperançoso quando soube da sua nomeação
para o Ministério da Justiça e principalmente quando vi
as ações e operações da Polícia Federal
sob o seu comando. Pensei: ¨Agora o Brasil tem jeito, pois vamos
ter Justiça¨. Mas confesso que vi toda minha esperança
e admiração desmoronar tristemente quando foi deflagrada
a Operação Navalha, pela Polícia Federal, onde
pessoas de 6 Estados da Federação estavam envolvidas.
Quando veio a tona os motivos pelos quais essa ¨Operação¨havia
sido deflagrada eu e muita gente aqui do Amapá não conseguimos
entender porque o estado do Amapá não foi incluído
nas investigações feitas pela Polícia Federal já
que aqui houve uma relação promíscua, eleitoreira,
escusa e de muita roubalheira entre a empresa Gautama ( do Sr. Zuleido
Veras ) e instituições e autoridades do estado do Amapá.
As evidências são tão claras que há quem
acredite que houve investigação sim. E se houve Sr. Ministro,
porque razão as investigações aqui no estado do
Amapá não foram reveladas pela Polícia Federal,
órgão que está sob o seu comando?
Vejamos algumas das evidências:
1- O TCU já havia detectado aqui no Amapá, em 2006 na
construção e reforma do Aeroporto Internacional de Macapá
um superfaturamento de aproximadamente R$ 52 milhões. Obra que
vinha sendo executada pela empresa Gautama ( do Sr. ZuleidoVeras).
2- Vários políticos aqui do Amapá receberam oficialmente
em 2006, da empresa Gautama, financiamentos de campanhas políticas.
Como por exemplo: O senador Papaléo Paes que recebeu R$ 100 mil,
e que veio a público dizer que não conhecia o Sr. Zuleido
Veras e nenhum funcionário da empresa Gautama. Não dando
explicações de por intermédio de quem havia recebido
esses R$ 100 mil.
Podemos citar também como exemplo o candidato ao governo do estado
do Amapá o Sr. Waldez Góes ( apoiado pelo senador José
Sarney) que recebeu R$ 200 mil e que não se prestou a esclarecer
coisa alguma a sociedade amapaense sobre essa ajuda de campanha doada
pela empresa Gautama. Tivemos também R$ 30mil que foram doados
pela mesma empresa ao ex-deputado federal Coronel Alves. E nunca no
estado do Amapá foi visto uma distribuição tão
grande de dinheiro em boca de urna como neste ano de 2006. Imaginamos
que pelo caixa 2, prática comum no nosso país.
3- Depois da ¨operação navalha¨ já foram
descobertos dois contratos realizados entre o governo do estado do Amapá
e a empresa Gautama.
Coincidentemente no período pré-eleitoral, o primeiro
em abril e o segundo em junho de 2006. O primeiro no valor de R$ 143
Milhões celebrado entre a SETRAP ( Secretaria de Transportes)
e a empresa Gautama com o objetivo de construir pontes e obras de artes
na BR-156, que diga-se de passagem, é a BR onde o m² de
asfalto já é o mais caro do mundo e é a construção
mais demorada do mundo também. Tudo isso Sr. Ministro, sem o
governo do estado dar satisfação ou explicação
alguma a sociedade amapaense. O segundo contrato no valor de R$ 144
Milhões foi celebrado entre a SEINF ( Secretaria de Infra-estrutura)
e a empresa Gautama, esse com o objetivo de construir as obras do entorno
do Aeroporto Internacional de Macapá ou seja as obras do ¨Entorno¨
seriam mais cara do que a construção e reforma do Aeroporto
que foi orçada em R$ 103 Milhões. E recentemente descobriu-se
que a empresa Gautama estava entre as empresas que participariam da
licitação para a obra da reforma da pista de pouso e decolagem
do Aeroporto Internacional de Macapá.
Resumindo Sr. Ministro, foi no Amapá que a empresa Gautama (
do Sr. Zuleido Veras), dentre todos os estados envolvidos na ¨operação
navalha¨, tinha o maior numero de contratos em termos numéricos
chegando a quase R$ 400 Milhões. Foi no Amapá onde houve
oficialmente o maior financiamento de campanhas políticas realizado
pela empresa Gautama. Se com todas essas evidências a PF, o MPF,
o TCU, a CGU, o TCE-AP, a Assembléia Legislativo-AP, a Bancada
Federal-AP, enfim toda classe política do Amapá não
conseguiu perceber nada de estranho nessa relação Estado
do Amapá x Empresa Gautama, aí Sr. Ministro nós
temos um grande mistério a desvendar. E eu posso lhe dar uma
dica, baseado no que um amigo falou-me a respeito desse mistério,
ele disse-me que o grande mistério dessa história toda
é que a ¨Abelha Rainha¨da corrupção deste
país construiu a sua colméia aqui no Amapá. E eu
estarei enviando essa carta para vários blogs do Brasil pedindo
a todos eles que façam uma enquête perguntando à
todos o nome dessa ¨Abelha; e aí com o nome dela sendo revelado
eu tenho certeza que o Sr. Pedirá a PF para que haja uma investigação
profunda a respeito dessa história tão misteriosa. E a
minha admiração pelo Sr. Aumentará e muito.
Mauricio Medeiros.
Radio Comunitária Novo Tempo.
Programa Consciência Cidadã
[email protected]
Macapá-Ap.