Situaçào
da Br é crítica,com
atoleiros de até 500 metros
Estado de calamidade pública. Esta foi a palavra encontrada pelo
governador Waldez Góes (PDT) para definir a situação
em que se encontra o BR-156 no trecho que não é asfaltado.
Acompanhado do secretário de Estado dos Transportes, Odival Monterrozo
Leite, o governador esteve ontem à tarde no local avaliando a situação.
A
visita que também foi acompanhada por Raul Siqueira, representante
da C.R. Almeida, empresa que ganhou a licitação para pavimentar
o trecho, foi para que o governador tomasse conhecimento do problema para
determinar as medidas emergenciais que devem ser adotadas para diminuir
os transtornos.
“Na
época da transição, no final do ano passado, já
havíamos detectado que teríamos problemas desse tipo no
Inverno. A equipe de transição levantou que nada havia sido
feito no Verão passado para evitar o transtorno que estamos tendo
agora. Só que a situação é bem pior do que
imaginávamos”, constatou.
A
estrada na altura do quilômetro 489, no trecho que liga as localidades
de Cujubim e Flexal, no município de Pracuúba, está
intrafegável devido ao lamaçal que se formou na pista. O
grande volume de chuvas que vem caindo na região não permite
que o trecho seja recuperado.
São
dois os atoleiros existentes na área. O primeiro saindo da localidade
de Cujubinzinho, que tem a extensão aproximada de uns 100 metros
e o segundo na entrada da comunidade de Flexal, com cerca de 400 metros.
Nesses
locais a passagem de veículos só é possível
se for rebocado por trator. Mesmo carros pesados não estão
conseguindo vencer a lama. Ontem, durante a visita do governador, havia
alguns caminhões atolados aguardando a vez de serem rebocados.
Os
passageiros dos ônibus que fazem linha para Amapá, Calçoene
e Oiapoque, são obrigados a saltar do coletivo e atravessar a pé
o trecho para que o veículo possa ser puxado pelas máquinas
pesadas.
O
próprio carro que conduzia o governador ficou atolado na saída
de Cujubinzinho, e teve que ser rebocado pelo trator da Setrap (Secretaria
de Estado dos Transportes).
Nos
trechos com problemas a Setrap colocou de prontidão três
tratores, cinco pás-carregadeira, duas motoniveladoras, uma retro-escavadeira,
um rolo compressor e 10 caminhões. Esses equipamentos são
usados no apoio às pessoas que ficam atoladas com seus veículos.
Passado
o atoleiro, a situação também não é
diferente. Os patrulheiros da PRF (Polícia Rodoviária Federal)
que estão no local há mais de oito dias, afirmam que duas
pontes - uma antes e outra depois de Calçoene -, podem desabar
a qualquer momento.
Não
bastasse esses problemas, as cidades próximas, principalmente Oiapoque,
podem sofrer com o desabastecimento de Gêneros alimentícios,
já que os veículos estão tendo dificuldade de vencer
o trecho.
“Com
esse atoleiro todo, os caminhões que levam mantimentos para a cidade
terão que diminuir o número de viagens. Se hoje eles fazem
três viagens por semana, vão ter que diminuir para uma e
isso vai fazer desaparecer alguns produtos”, adianta o empresário
Carlos Alberto Barreto, que sempre viaja para o interior.
A
professora Luana Teixeira Ferreira, da Escola Pernambuco, na localidade
do mesmo nome, chegou a afirmar que as crianças que estudam na
escola Pedro Teixeira, no Flexal, estão tendo que atravessar o
rio a nado para poderem chegar no estabelecimento.
“Existe
uma Kombi escolar que faz esse transporte. Mas como não está
podendo atravessar carro nenhum nessa lama, eles adotaram essa alternativa
para não ficar sem estudar”, afirmou.
Joel
Elias
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