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Sarney
embananado
Jornal Pequeno
Editorial
O governador José Reinaldo (PFL) articula na Assembléia
Legislativa a formação de uma bancada que lhe dê condição
de governabilidade e este trabalho ele iniciou ontem com determinação
ao reunir 30 deputados estaduais em seu gabinete. Numa linguagem franca,
José Reinaldo revelou que ainda não tem nome para sua sucessão,
mas que só há uma certeza: não apoiará Roseana,
caso ela se candidate a governadora. O governador também tem recebido
no Palácio dos Leões dezenas de prefeitos, o que comprova
o seu entrosamento com as lideranças municipais que em 2006 participarão
decisivamente da sua sucessão. José Reinaldo permanecerá
até o último dia de seu mandato e em janeiro de 2005 definirá
qual o partido em que vai ficar. Enquanto ele administra com sensatez
o seu espaço político, a senadora Roseana Sarney (PFL) e
o senador José Sarney (PMDB) vivenciam dias tumultuados na política.
A senadora maranhense, que brilhou em 2001-2002 como pré-candidata
a presidente da República pelo PFL, vê-se hoje discriminada
em seu próprio partido. Em entrevista a O Estado de São
Paulo, o prefeito reeleito do Rio de Janeiro, César Maia, analisa
o momento político e relaciona os atuais presidenciáveis
do seu partido. Para Maia, Jorge Bornhausen, Marcos Maciel, Antônio
Carlos Magalhães, José Carlos Aleluia, José Agripino
Maia e ele (César Maia) são os nomes cotados para se candidatar
a presidente da República em 2006. Roseana, portanto, está
fora de cogitação. A bola de Roseana vem murchando no PFL,
partido que faz oposição ao governo Lula. O presidente nacional
do PFL, senador Jorge Bornhausen, anunciou que, logo depois da sucessão
municipal, iria intervir no diretório do Maranhão e da Bahia.
A possibilidade de intervenção no Maranhão continua.
Na Bahia, o senador Antônio Carlos Magalhães-ACM entrou em
rota de colisão com os dirigentes nacionais do PT, por conta da
eleição de Salvador. O candidato da coligação
PDT-PSDB, deputado João Henrique, ganhou o primeiro turno com 43,71%,
na segunda posição veio César Borges, pertencente
ao PFL, e com as rezas de ACM, obteve 21,93%. O representante do PT, deputado
Nelson Pellegrino, conquistou 21,67% e Lídice da Mata, PSB, recebeu
10,36%. Esperava ACM que Pellegrino declarasse voto a César Borges,
pois havia um acordo com os dirigentes nacionais do PT. No entanto, Pellegrino,
logo que conheceu o resultado, proclamou apoio a João Henrique.
ACM se irritou e fez duras críticas a Lula e José Dirceu;
em seguida, convidou Jorge Bornhausen para ir a Salvador participar da
campanha do segundo turno de César Borges. Em Salvador, João
Henrique contabiliza como aliados todos os candidatos que concorreram
no primeiro turno com César Borges, desfazendo o sonho de ACM de
reunir em torno de seu candidato o PT e o PSB, sob a influência
de Lula e José Dirceu, já que os dois partidos são
siglas da sustentação do governo federal. ACM permanece
no PFL como prestigiado cacique. Já Roseana dificilmente continuará,
porque Jorge Bornhausen levou o partido a adotar uma linha de oposição
a Lula e, seguindo a escola política de José Sarney, não
é do feitio de Roseana conflitar-se com o poder federal. Em 2003,
falou-se bastante em Brasília que Roseana iria filiar-se ao PT,
logo depois os comentários indicavam o rumo do PTB e PV. Hoje o
seu destino político beira a incerteza. Roseana está à
deriva em termos políticos. Jorge Bornhausen se reuniu no Rio de
Janeiro com o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, e traçou
um esboço de estratégia voltada para a eleição
presidencial de 2006 e, também, para se opor no Congresso Nacional
ao governo Lula. Roseana desconhece o lado político pelo campo
da oposição. Eleita em 90 deputada federal, compôs-se
com a base do então presidente Fernando Collor de Mello, mas quando
este caiu em desgraça, ela se transformou, pelos dedos de Sarney,
na musa do impeachment. Governadora em 94, Roseana administrou o Estado
em sintonia com o presidente Fernando Henrique Cardoso, com quem rompeu
no final de seu governo. Em decorrência do apoio de Sarney a Lula
na campanha presidencial, Roseana se integrou no plano federal ao PT.
Agora o PFL fechou questão e sua direção quer o partido
na oposição. Até nas reuniões do PFL, Roseana
não comparece, nem sequer é citada. Situação
mais difícil do que a de Roseana é a do senador José
Sarney (PMDB). O PSB lançou João Capiberibe candidato ao
Senado no Amapá para 2006. Só existe uma vaga e ela coincide
com o transcurso dos oito anos do mandato de Sarney. O TSE cassou o mandato
de João Capiberibe por abuso de poder econômico e os socialistas
debitam a Sarney o processo de cassação. O PMDB no Amapá
exige a candidatura de Sarney ao Senado. Sarney sabe que terá dificuldade
para vencer Capiberibe, por isto pensa em transferir seu domicilio eleitoral
para o Maranhão e já consultou ministros do Tribunal Superior
Eleitoral (TSE). Segundo a Constituição Federal, cada estado
é representado por três senadores. Se Sarney transferir o
seu título de eleitor antes de outubro de 2005 corre o risco de
perder mais de um ano de mandato, o que não lhe agrada. A verdade
é que a densidade eleitoral de Capiberibe no Amapá faz Sarney
querer retornar ao Maranhão, porém aqui a oposição
se organiza para disputar a cadeira do Senado em 2006 e o grupo Sarney
está desestruturado. Na atual situação, Sarney encontrará
forte resistência no Amapá e no Maranhão, caso concorra
a um cargo majoritário. Com a barra fechada nos dois estados, Sarney
procura clarear o seu futuro político reelegendo-se presidente
do Senado. Porém, a maioria da bancada do PMDB enfileira-se ao
lado de Renan Calheiros. No Diretório Nacional do PMDB, Sarney
está quase isolado. Uma prova de seu desprestigio ocorreu em São
Paulo na semana passada. Logo que a Justiça Eleitoral anunciou
a realização do segundo turno, Sarney foi a São Paulo
e declarou voto a Marta Suplicy, candidata do PT. No outro dia, a direção
do PMDB se reuniu e liberou os seus filiados para escolherem o candidato;
o ex-governador Orestes Quércia, um dos lideres peemedebistas de
São Paulo, está com José Serra (PSDB). Para agravar
a má sorte de Sarney, Paulo Maluf, que apóia Marta Suplicy,
foi ontem indiciado pela polícia federal em processo acusado por
lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e peculato. Sarney
se detém no eixo Brasília-São Paulo no afã
de reeleger-se presidente do Senado e, desta forma, dar a volta por cima,
ressurgindo deste caos em que se encontra. No atual momento, ele está
embananado no Amapá, acusado de ajudar a cassar João Capiberibe,
uma liderança forjada na luta contra o regime militar (64-85);
no Maranhão, Roseana jogou o governador José Reinaldo de
encontro ao seu comando e em Brasília tem espaço reduzido
para se reeleger presidente do Senado. É uma realidade desestimuladora
para um político que teve habilidade de permanecer na sombra do
poder federal durante mais de 40 anos.
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Matinta-perêra
Mulher velha que percorre distâncias à noite. Se afasta
se alguém disser que lhe dará um pedaço de rolo de
fumo. De manha ela vai buscar.
Cuíra
Diz-se de inquieto, ansioso,impaciente. Daquele que não agüenta
a espera de alguma coisa que vai acontecer
Titica
Cipó muito usado para a fabricação de móveis.
Chegou à beira da extinção.
Perau
Lugar perigoso do rio. Parte mais funda, onde o rio "não
dá pé".
Timbó
Um tipo de veneno usado para matar peixes. Bate-se a planta na água,
e o veneno se espalha. sem contrôle, mata.
Catinga de mulata
Catinga é cheiro ruim, mas "Catinga de mulata"é
cheiro bom, tanto que virou nome de perfume nos idos dos anos cinquenta
Remanso
Ponto onde o rio se alarga, a terra forma uma reentrância e
as águas ficam mais calmas
Bubuia
Aquelas minúsculas bolhas de espuma que se formam na corrente do
rio. Viajar de bubuia é ser levado pelas águas. "De
bubuia, título de canção popular.
Piracema
Época em que cardumes de peixes sobem os rios para a desova
Pedra do rio
Diz a lenda que que são as lágrimas de uma índia
que chorava a perda do amado. É onde está a íagem
de São José, na frente de Macapá.
Macapá
Vem de Macapaba, ou "estância das bacabas".
Bacaba
Fruto de uma palmeira, a bacabeira. O fruto produz um vinho grosso parecido
com o o açai.
Curumim
Menino na linguagem dos índios, expressão adotada pelos
brancos em alguns lugares.
Jurupary
O demônio da floresta tem os olhos de fogo, e quem o vê, de
frente, não volta para contar a história.
Yara
É a mãe d'água. Habita os rios, encanta com a suavidade
da voz, e leva pessoas para o castelo onde mora, no fundo do rio.
Pitiú
Cheiro forte de peixe, boto, cobra, jacaré e
outros animais.
Ilharga
Perto ou em volta de alguma coisa
Jacaré Açu
Jacaré grande.
Jacaré Tinga
Jacaré pequeno
Panema
Pessoa sem sorte, azarada. Rio em peixe.
Sumano
Simplificação da expressão"ei seu mano",que
é usada por quem passa pelo meio do rio para saudar quem se encontra
nas margens
Caruana
Espíritos do bem que habitam as águas e protegem as plantas
os homens e os animais.
Inhaca
Cheiro forte de maresia, de axilas de homem, de peixe ou de mulher
Tucuju
Nação indígena que habitava a margem esquerda do
rio Amazonas, no local onde hoje está localizada a cidade de Macapá.
Montaria
Identifica tanto o cavalo como a canoa pequena, de remo.
Porrudo
Grande, enorme, muito forte ou muito gordo
Boiúna.
Cobra grande, capaz de engolir uma canoa.(Lenda)
Massaranduba
Madeira de lei, pessoa grosseira, mal educada.
Acapu
Madeira preta, gente grossa mal educada. |
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