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Tecnologia
melhora a vida de
quase três mil índios em Roraima
Fernando Sinimbu
Fotos Oz;elio Messias
Ações
de transferência de tecnologias e de pesquisas participativas da
Embrapa Roraima, estão melhorando a vida de quase três mil
índios, das etnias Macuxi, Taurepang e Wapixana, em doze comunidades.
Unidades demonstrativas e de observação com mandioca, feijão
caupi e frutas já conseguiram bons resultados e estão contribuindo
para que os indígenas, além do abastecimento familiar, possam
vender o excedente.
A comunidade Barro, na Vila Surumu, no município de Pacaraíma,
a 220 quilômetros de Boa Vista, é o exemplo mais bem acabado.
Lá, os índios já estão comercializando o excedente
da produção de banana, maracujá e melancia. “A
cada colheita, há uma festa”, diz o assistente de pesquisa
Ozélio Isidório Messias, que é índio Macuxi
e supervisiona as unidades demonstrativas.
Na comunidade Maracanã, no município de Uiramutã,
a 306 quilômetros de Boa Vista, com a produção de
mandioca que eles esperam para este ano, o pensamento é um só:
colocar em funcionamento a fábrica de farinha do município
para suprir as necessidades da população e exportar o excedente.
A
maloca Flexal, também no município do Uiramutã, também
será beneficiada. A Embrapa Roraima vai fazer, ainda este ano,
a seleção do feijão Flexal no próprio material
cultivado pelos índios. O objetivo é melhorar a produtividade.
O feijão caupi, uma das jóias da agricultura familiar, está
reinando na comunidade São Jorge, em Pacaraíma. A variedade
Mazagão vem sendo cultivada desde 2003, com uma produtividade média
de 1 tonelada por hectare. A mandioca é outro produto cultivado
pela comunidade.
AVANÇO - Os índios de Roraima não querem mais ficar
limitados à agricultura de várzea. Eles pensam agora em
cultivar nas áreas de lavrado ( cerrado ). A comunidade Contão,
que também pertence ao município de Pacaraíma, tem
motivos de sobra. Quando o rio Cotingo tem uma cheia, alagando as plantações,
o desespero bate à porta dos indígenas. Por isso, eles querem
trabalhar no lavrado, mesmo sem a mecanização.
No Contão, o pesquisador Dalton Roberto Schwengber, instala, agora
em junho, uma unidade de observação com mandioca numa área
de lavrado. Variedades como a RR-0035, com aptidão para farinha,
que já apresentou uma produtividade média de 44, 6 toneladas
por hectares, em cultivo de dois ciclos de 27 meses, serão testadas.
Em julho, será a vez do feijão caupi chegar à comunidade
através de outra unidade de observação.
As
tecnologias da Embrapa Roraima estão chegando também às
comunidades de Boca da Mata, Milho, Truaru, Uiramutã II, Nova Vida,
Flexal, Ticoça e Anta. Na Boca da Mata o trabalho está sendo
de pesquisa participativa. O pesquisador Geraldo Nogueira Filho instalou
uma unidade de observação de abacaxi, da variedade Cabeça
de Anta, de uso tradicional dos índios. Nas outras comunidades,
serão instaladas unidades de observação de feijão
caupi e de mandioca. Nessa ação, serão testadas,
para melhoramento, as variedades de mandioca Anita, Gabi e Jaricuna, usadas
tradicionalmente pelos indígenas .
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Matinta-perêra
Mulher velha que percorre distâncias à noite. Se afasta
se alguém disser que lhe dará um pedaço de rolo de
fumo. De manha ela vai buscar.
Cuíra
Diz-se de inquieto, ansioso,impaciente. Daquele que não agüenta
a espera de alguma coisa que vai acontecer
Titica
Cipó muito usado para a fabricação de móveis.
Chegou à beira da extinção.
Perau
Lugar perigoso do rio. Parte mais funda, onde o rio "não
dá pé".
Timbó
Um tipo de veneno usado para matar peixes. Bate-se a planta na água,
e o veneno se espalha. sem contrôle, mata.
Catinga de mulata
Catinga é cheiro ruim, mas "Catinga de mulata"é
cheiro bom, tanto que virou nome de perfume nos idos dos anos cinquenta
Remanso
Ponto onde o rio se alarga, a terra forma uma reentrância e
as águas ficam mais calmas
Bubuia
Aquelas minúsculas bolhas de espuma que se formam na corrente do
rio. Viajar de bubuia é ser levado pelas águas. "De
bubuia, título de canção popular.
Piracema
Época em que cardumes de peixes sobem os rios para a desova
Pedra do rio
Diz a lenda que que são as lágrimas de uma índia
que chorava a perda do amado. É onde está a íagem
de São José, na frente de Macapá.
Macapá
Vem de Macapaba, ou "estância das bacabas".
Bacaba
Fruto de uma palmeira, a bacabeira. O fruto produz um vinho grosso parecido
com o o açai.
Curumim
Menino na linguagem dos índios, expressão adotada pelos
brancos em alguns lugares.
Jurupary
O demônio da floresta tem os olhos de fogo, e quem o vê, de
frente, não volta para contar a história.
Yara
É a mãe d'água. Habita os rios, encanta com a suavidade
da voz, e leva pessoas para o castelo onde mora, no fundo do rio.
Pitiú
Cheiro forte de peixe, boto, cobra, jacaré e
outros animais.
Ilharga
Perto ou em volta de alguma coisa
Jacaré Açu
Jacaré grande.
Jacaré Tinga
Jacaré pequeno
Panema
Pessoa sem sorte, azarada. Rio em peixe.
Sumano
Simplificação da expressão"ei seu mano",que
é usada por quem passa pelo meio do rio para saudar quem se encontra
nas margens
Caruana
Espíritos do bem que habitam as águas e protegem as plantas
os homens e os animais.
Inhaca
Cheiro forte de maresia, de axilas de homem, de peixe ou de mulher
Tucuju
Nação indígena que habitava a margem esquerda do
rio Amazonas, no local onde hoje está localizada a cidade de Macapá.
Montaria
Identifica tanto o cavalo como a canoa pequena, de remo.
Porrudo
Grande, enorme, muito forte ou muito gordo
Boiúna.
Cobra grande, capaz de engolir uma canoa.(Lenda)
Massaranduba
Madeira de lei, pessoa grosseira, mal educada.
Acapu
Madeira preta, gente grossa mal educada. |
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