Arqueólogos
anunciam montagem
de laboratório
para estudar entorno da Fortaleza.
A equipe de arqueologia chefiada pelo professor Marcos Albuquerque já
iniciou a montagem do laboratório móvel que será
utilizado nos trabalhos de escavações do entorno da Fortaleza
de São José em Macapá.
O laboratório móvel é o primeiro da América
do Sul e estará sendo utilizado pela primeira vez em Macapá.
Ele é montado em uma plataforma de carreta, com 13 metros de
comprimento e 2,5 metros de largura. Com equipamentos de tecnologia
de ponta, como microcomputadores, scanners, alarmes de segurança,
sensores inteligentes de proteção, câmeras de vídeo
para monitaramento interno e externo, comunicação via
rádio e satélite, trado mecânico (equipamento para
sondagem de solos), o laboratório abriga ainda pequenos confortos,
como som ambiente, televisão via satélite e central de
ar, “acessário” mais que importante para trabalho
no clima da região. A auto-suficiência em energia elétrica
é outro ponto forte da invenção, que conta com
gerador próprio de energia.
O espaço
é suficiente para o trabalho de 10 profissionais simultaneamente
e a principal vantagem do laboratório móvel apontada por
Marcos Alburque é a rapidez da liberação da área
para a continuação das obras de paisagismo, no caso da
Fortaleza de São José. “Saímos do “campo”,
com a área liberada e o relatório pronto”, afirmou,
adiantando que a média é de pelo menos um ano para que
a área seja liberada pelos arqueólogos.
A equipe que está
em Macapá é composta por sete técnicos e cinco
trabalhadores especializados. A expectativa de conclusão das
escavações é de dois meses. O trabalho estará
centrado na parte frontal do Forte, mais precisamente na área
que circunda o Baluarte de São José, incluindo o Revelim,
área bastante danificada, segundo a professora Veleda Lucena.
“É possível que encontremos alguma estrutura da
base do caminho coberto, mesmo após as interferências sofridas
pela área”.
Buscar vestígios
de estrutura de defesa na área externa da fortificação
onde será implantado o projeto paisagístico é uma
das funções da equipe.
Segundo o professor
Marcos Albuquerque, a Fortaleza de São José cumpriu muito
bem sua missão de guarnecer a região, seja pela imponência
de sua construção, ou por qualquer outro motivo, mesmo
sem ter sido dado um só tiro de canhão da fortificação.
“Você pode defender um lugar, sem ter que matar ninguém”,
afirmou, destacando que é importante explicar os fatos históricos
e principalmente preservar o patrimônio histórico a partir
da relação entre o passado e o presente com a perspectiva
de futuro. “Às vezes na ânsia de preservar o patrimônio,
as pessoas acabam atrapalhando”.
A importância
das escavações no entorno do forte consiste no resgate
físico e histórico da Fortaleza de São José,
dentro de uma nova perspectiva da ação governamental,
que prevê não só o resgate, mas a valorização
e a difusão das manifestações culturais nativas
e populares; a descentralização da atuação
administrativa e principalmente a promoção do intercâmbio
com o setor de Turismo.