Deputado
promete barrar projeto
de doação de terras na Amazônia
Claudio Eli
O
presidente da Comissão de Defesa do Consumidor, Meio Ambiente e
Minorias da Câmara dos Deputados (CDCMAM), Givaldo Carimbão
(PSB-AL), prometeu barrar o projeto de lei encaminhado em dezembro do
ano passado pelo presidente Fernando Henrique ao Congresso concedendo
a diversas ONGs multinacionais um território de 25 milhões
de hectares na Amazônia. O projeto está atualmente na Comissão
de Trabalho, Administração e Serviço Público.
"Primeiro
chamarei um grupo de deputados ambientalistas, que têm compromisso
com a causa, para uma análise detalhada porque não podemos
permitir isso aleatoriamente", disse. Carimbão sentiu-se à
vontade para falar sobre o assunto porque recentemente, durante cinco
dias, ele sobrevoou toda a Amazônia, acompanhado de sete parlamentares.
"O
Exército tem apenas 20 mil homens atuando naquela região.
No entanto, a Amazônia tem mais de 22 mil pessoas atuando em nome
de ONGs, sem nenhum controle e que não sabemos se não estão
atuando em prejuízo do que é nosso.
Isso já é uma vergonha", protestou.
"Nesta
viagem eu notei como é importante preservar a cultura primitiva
dos mais de 10 mil índios ianomamis. É uma etnia que precisa
ser mantida como tal, sem sofrer os efeitos de pessoas estranhas, principalmente
de estrangeiros", disse.
Lembrando
a sua condição de presidente da Comissão de Meio
Ambiente, o parlamentar lamentou o grande número de incêndios
que devastam a Amazônia, especialmente um que, há um mês,
criou uma enorme clareira em Roraima. "Vez por outra, vi pequenas
clareiras perto de rios mas que eram feitas por índios que precisam
sobreviver. Tudo isso que vi tem que ser preservado e, por este motivo,
não deixaremos passar qualquer projeto que atente contra este verdadeiro
pulmão do planeta", garantiu.
Carimbão
e outros sete deputados farão uma viagem aos Estados Unidos e à
África do Sul para saber do comportamento de culturas de transgênicos.
"Particularmente, sou contra tais culturas no Brasil porque os cientistas
até hoje não deram uma garantia de que não fazem
mal ao ser humano", explicou.
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