águas
14/07/2007
Expedição à região onde nasce o Rio Amazonas
pode levar a mudanças em mapas
A Agência Nacional das Águas (ANA) apresentou ontem (13)
um documentário realizado pela jornalista Paula Saldanha sobre
a primeira expedição científica de brasileiros
e peruanos à região onde nasce o Rio Amazonas, no Peru.
Os pesquisadores já haviam constatado que o Amazonas, e não
o Nilo, pode ser considerado o rio mais extenso do planeta. Segundo
Paula Saldanha, os estudos começaram há mais de dez anos
e "as coordenadas apontaram que os mapas estão atrasados
e poderão precisar de mudanças".
Fabrício Alves, especialista em Recursos Hídricos da
Agência, participou da expedição no final de maio
e disse ser "difícil tirar conclusões nessa primeira
experiência, pois temos que analisar o rio em outras circunstâncias".
Esses estudos, acrescentou, "são a base para que Brasil
e Peru possam ter posições mais definidas sobre a bacia
do Amazonas - é diferente das publicações
internacionais que temos visto até hoje".
Os pesquisadores analisaram três pontos no Peru considerados
como potenciais nascentes do rio: dois localizados no monte Nevado Mismi,
e outro no Nevado. Também analisaram a qualidade da água
e possíveis efeitos provocados pelo aquecimento global. Segundo
Alves, a neve nos montes ficou reduzida ao longo do tempo. “O
Brasil tem se sensibilizado que a bacia hidrográfica deve ser
estudada com cuidado, para evitar grandes danos no futuro”, disse.
O Ministério das Relações Exteriores vai elaborar
um tratado de cooperação científica a ser assinado
com o Peru, para dar continuidade aos estudos. Um nova expedição
à região onde nasce o Rio Amazonas já está
programada para o período de 5 a 15 de setembro, época
de seca no local.
Também participaram do estudo pesquisadores do Instituto Nacional
de Pesquisas Espaciais (Inpe), do Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE) e do Instituto Geográfico do Peru.
(Fonte: Aline Bravim / Agência Brasil)