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Novo objeto
de cobiça internacional: o camu-camu
Assim
como a frutinha rica em vitamina C, outros produtos brasileiros têm
patentes no exterior.
CARLOS MENDES
Especial para o Estado
BELÉM
- Depois da copaíba, andiroba, cupuaçu e tantas outras
frutas e plantas da Amazônia, o novo objeto de cobiça dos
biopiratas é uma frutinha de gosto azedo, cheirosa e de casca
avermelhada: o camu-camu.
Empresas japonesas e americanas brigam pela patente da fruta. Segundo
pesquisas do Instituto de Estudos e Pesquisa do Estado do Amapá
(Iepa), o camu-camu tem até 20 vezes mais vitamina C que a acerola
que, por sua vez, concentra 80 vezes mais vitamina C que laranja ou
limão.
Nos Estados Unidos, o suco e a geléia do camu-camu já
fazem o maior sucesso.
Há também um comprimido contra gripes e resfriados. Em
forma de xampu ou creme, combate a caspa e evita a queda do cabelo.
Outros produtos brasileiros patenteados no exterior:
Bibiri:
as sementes são usadas há séculos pelos índios
uapixanas como anticoncepcional. O laboratório canadense Biolink
patenteou o princípio ativo e desenvolve pesquisa com a substância
para tratar a aids.
Crotão: produz dois medicamentos: Provir (contra
a diarréia) e Virend (herpes genital, que aflige 30 milhões
de americanos). Em teste para o tratamento de aids.
Cumaniol: anestésico usado pelos índios
da Amazônia foi patenteado pelo laboratório Biolink. Pode
ser usado em delicadas cirurgias do coração.
Hipericão ou jasim: Denominado hypericum perforatum
é um antidepressivo, superior ao Prozac e sem efeito colateral.
No ano passado, médicos alemães prescreveram 3 milhões
de receitas do produto.
Jaborandi: transformada em remédio (Salegen)
pelo laboratório alemão Merck, a planta é o antídoto
contra a dificuldade de salivar e pode ser usada em remédio contra
a calvície, infecções pulmonar, asma e artrite.
Jenipapo: usado e na indústria de cosméticos.
A indústria Aveda Corporation indenizou os índios guaranis-caiovás
pela propriedade intelectual.
Miristicácea: pesquisa divulgada em 1993 mostrou
que substâncias do fruto têm poderosa atividade antioxidante,
dez vezes mais eficiente que a vitamina E.
Muirapuama: traficada para o Japão, a erva
é usada para tratamento de impotência sexual e apontada
como afrodisíaca.Usado contra artrite e como estimulante.
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Matinta-perêra
Mulher velha que percorre distâncias à noite. Se afasta
se alguém disser que lhe dará um pedaço de rolo de
fumo. De manha ela vai buscar.
Cuíra
Diz-se de inquieto, ansioso,impaciente. Daquele que não agüenta
a espera de alguma coisa que vai acontecer
Titica
Cipó muito usado para a fabricação de móveis.
Chegou à beira da extinção.
Perau
Lugar perigoso do rio. Parte mais funda, onde o rio "não
dá pé".
Timbó
Um tipo de veneno usado para matar peixes. Bate-se a planta na água,
e o veneno se espalha. sem contrôle, mata.
Catinga de mulata
Catinga é cheiro ruim, mas "Catinga de mulata"é
cheiro bom, tanto que virou nome de perfume nos idos dos anos cinquenta
Remanso
Ponto onde o rio se alarga, a terra forma uma reentrância e
as águas ficam mais calmas
Bubuia
Aquelas minúsculas bolhas de espuma que se formam na corrente do
rio. Viajar de bubuia é ser levado pelas águas. "De
bubuia, título de canção popular.
Piracema
Época em que cardumes de peixes sobem os rios para a desova
Pedra do rio
Diz a lenda que que são as lágrimas de uma índia
que chorava a perda do amado. É onde está a íagem
de São José, na frente de Macapá.
Macapá
Vem de Macapaba, ou "estância das bacabas".
Bacaba
Fruto de uma palmeira, a bacabeira. O fruto produz um vinho grosso parecido
com o o açai.
Curumim
Menino na linguagem dos índios, expressão adotada pelos
brancos em alguns lugares.
Jurupary
O demônio da floresta tem os olhos de fogo, e quem o vê, de
frente, não volta para contar a história.
Yara
É a mãe d'água. Habita os rios, encanta com a suavidade
da voz, e leva pessoas para o castelo onde mora, no fundo do rio.
Pitiú
Cheiro forte de peixe, boto, cobra, jacaré e
outros animais.
Ilharga
Perto ou em volta de alguma coisa
Jacaré Açu
Jacaré grande.
Jacaré Tinga
Jacaré pequeno
Panema
Pessoa sem sorte, azarada. Rio em peixe.
Sumano
Simplificação da expressão"ei seu mano",que
é usada por quem passa pelo meio do rio para saudar quem se encontra
nas margens
Caruana
Espíritos do bem que habitam as águas e protegem as plantas
os homens e os animais.
Inhaca
Cheiro forte de maresia, de axilas de homem, de peixe ou de mulher
Tucuju
Nação indígena que habitava a margem esquerda do
rio Amazonas, no local onde hoje está localizada a cidade de Macapá.
Montaria
Identifica tanto o cavalo como a canoa pequena, de remo.
Porrudo
Grande, enorme, muito forte ou muito gordo
Boiúna.
Cobra grande, capaz de engolir uma canoa.(Lenda)
Massaranduba
Madeira de lei, pessoa grosseira, mal educada.
Acapu
Madeira preta, gente grossa mal educada. |
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