Presidentes
de Tribunais de Justiça
repudiam reforma da Previdência.
Presidentes de Tribunais
de Justiça debatem a Reforma da Previdência
O
Colégio de Presidentes de Tribunais de Justiça do Brasil
reuniu-se, extraordinariamente, em Brasília na ultima quinta-feira,
dia 17, para debater a reforma da Previdência, no que concerne ao
Poder Judiciário. Em contato permanente com o Congresso Nacional,
os magistrados aguardaram a divulgação do relatório
contendo as propostas do Governo. Demonstrando frustração
e preocupação com o futuro do Judiciário, os Presidentes
de Tribunais de Justiça classificaram de "irresponsável
e simplista o propósito de atribuir-se tratamento igual a carreiras
desiguais do serviço público, com o comprometimento no nível
de qualidade".
Nota
oficial, emitida pelo Colégio de Presidentes repudia "veementemente,
a tentativa de quebra da unidade do Poder Judiciário Nacional ao
colocar a Magistratura dos Estados em patamar inferior à Federal,
na medida em que propõe estabelecer remuneração de
desembargador estadual, cargo final da carreira, em quantitativo menor
a de juiz substituto federal, início de carreira, criando uma odiosa
discriminação entre os membros de um mesmo Poder e ferindo,
frontalmente, o sistema constitucional".
O
vice-presidente do Tribunal de Justiça do Estado, no exercício
da Presidência, desembargador Mário Gurtyev de Queiroz, retornou
do encontro dizendo que, da forma com está proposta, a Reforma
da Previdência representa "um verdadeiro desastre para o Judiciário",
principalmente o estabelecimento do sub-teto salarial ao impor limitações
de caráter pecuniário ao magistrado que exerce careira típica
do Estado, não podendo participar de nenhuma outra atividade remunerada,
exceto magistério.
Leia,
a seguir, a íntegra da nota:
"Reunido
extraordinariamente em Brasília, o COLÉGIO PERMANENTE DE
PRESIDENTES DE TRIBUNAIS DE JUSTIÇA, pela unanimidade de seus membros:
1º)
manifesta irrestrita solidariedade e definitiva gratidão ao Presidente
do Supremo Tribunal Federal, Ministro Maurício Corrêa, a
evitar, com determinação e patriotismo, a destruição
da magistratura nacional, duramente violentada pela Reforma da Previdência
Social;
2º)
torna pública sua justificada preocupação com a iminente
aposentadoria de numerosos magistrados, cujas vagas não serão
preenchidas em curto prazo, à rigorosa forma de seu preenchimento,
à ausência de garantias mínimas, no futuro, indispensáveis
ao exercício do cargo e à míngua de recursos orçamentários
para a substituição;
3º)
denuncia o irresponsável e simplista propósito de atribuir-se
tratamento igual a carreiras desiguais do serviço público,
com o comprometimento do nível de qualidade;
4º)
renova sua profissão de fé no Congresso Nacional, foro adequado
e insubstituível para a elaboração das leis, integrado
por homens com visão de futuro, que certamente não renegarão
seu passado, nem sucumbirão à emocionalidade do presente.
Brasília,
17 de julho de 2003"
Assinam
a nota todos os presidentes de Tribunais de Justiça estaduais e
o Presidente da Comissão Executiva do Colégio Permanente
de Presidentde Tribunais de Justiça.
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