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Nobel
de Literatura, Saramago
rompe com a ditadura de Fidel
DA REDAÇÃO
Leia a seguir, traduzida
do espanhol, a carta do escritor português José Saramago
publicada no jornal "El País", na qual ele anuncia seu
rompimento com o regime do ditador cubano, Fidel Castro, devido à
onda de repressão a dissidentes e à execução
de três sequestradores de um barco que queriam fugir para os EUA.
"Até aqui cheguei.
De agora em diante, Cuba seguirá seu caminho, e eu fico onde estou.
Discordar é um direito que se encontra e se encontrará inscrito
com tinta invisível em todas as declarações de direitos
humanos passadas, presentes e futuras. Discordar é um ato irrenunciável
de consciência. Pode ser que discordar leve à traição,
mas isso sempre tem de ser mostrado com provas irrefutáveis. Não
creio que se tenha atuado sem deixar lugar a dúvidas no julgamento
recente de onde saíram condenados a penas desproporcionais os cubanos
dissidentes. E não se entende por que, se houve conspiração,
não tenha sido expulso já o encarregado do escritório
de interesses dos EUA em Havana, a outra parte da conspiração.
Agora chegam os fuzilamentos. Sequestrar um barco ou um avião é
um crime severamente punível em qualquer país do mundo,
mas não se condenam à morte os sequestradores, sobretudo
ao ter em conta que não houve vítimas. Cuba não ganhou
nenhuma heróica batalha fuzilando esses três homens, mas
sim perdeu minha confiança, fraudou minhas esperanças, destruiu
minhas ilusões. Até aqui cheguei."
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Titica
Cipó muito usado para a fabricação de móveis.
Chegou à beira da extinção.
Perau
Lugar perigoso do rio. Parte mais funda, onde o rio "não
dá pé".
Timbó
Um tipo de veneno usado para matar peixes. Bate-se a planta na água,
e o veneno se espalha. sem contrôle, mata.
Catinga de mulata
Catinga é cheiro ruim, mas "Catinga de mulata"é
cheiro bom, tanto que virou nome de perfume nos idos dos anos cinquenta
Remanso
Ponto onde o rio se alarga, a terra forma uma reentrância e
as águas ficam mais calmas
Bubuia
Aquelas minúsculas bolhas de espuma que se formam na corrente do
rio. Viajar de bubuia é ser levado pelas águas. "De
bubuia, título de canção popular.
Piracema
Época em que cardumes de peixes sobem os rios para a desova
Pedra do rio
Diz a lenda que que são as lágrimas de uma índia
que chorava a perda do amado. É onde está a íagem
de São José, na frente de Macapá.
Macapá
Vem de Macapaba, ou "estância das bacabas".
Bacaba
Fruto de uma palmeira, a bacabeira. O fruto produz um vinho grosso parecido
com o o açai.
Curumim
Menino na linguagem dos índios, expressão adotada pelos
brancos em alguns lugares.
Jurupary
O demônio da floresta tem os olhos de fogo, e quem o vê, de
frente, não volta para contar a história.
Yara
É a mãe d'água. Habita os rios, encanta com a suavidade
da voz, e leva pessoas para o castelo onde mora, no fundo do rio.
Pitiú
Cheiro forte de peixe, boto, cobra, jacaré e
outros animais.
Ilharga
Perto ou em volta de alguma coisa
Jacaré Açu
Jacaré grande.
Jacaré Tinga
Jacaré pequeno
Panema
Pessoa sem sorte, azarada. Rio em peixe.
Sumano
Simplificação da expressão"ei seu mano",que
é usada por quem passa pelo meio do rio para saudar quem se encontra
nas margens
Caruana
Espíritos do bem que habitam as águas e protegem as plantas
os homens e os animais.
Inhaca
Cheiro forte de maresia, de axilas de homem, de peixe ou de mulher
Tucuju
Nação indígena que habitava a margem esquerda do
rio Amazonas, no local onde hoje está localizada a cidade de Macapá.
Montaria
Identifica tanto o cavalo como a canoa pequena, de remo.
Porrudo
Grande, enorme, muito forte ou muito gordo
Boiúna.
Cobra grande, capaz de engolir uma canoa.(Lenda)
Massaranduba
Madeira de lei, pessoa grosseira, mal educada.
Acapu
Madeira preta, gente grossa mal educada. |
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