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Campina Grande,
19 de setembro de 2003
UMA REFLEXÃO
EM FACE DO “GOSTO PELO PODER”
Há mais de
23 anos que sou PT. Digo assim porque o PT nasceu antes de sua fundação.
Não para afirmar qualquer prerrogativa. Para deixar mais patente
o tamanho de minha indignação com os fatos lamentáveis
que vêm ocorrendo com o nosso partido aqui na Paraíba,
onde estou desde 1990.
O fato mais ilustrativo ocorreu nesta quarta-feira (16/09/03) com a
inserção de propaganda partidária regional em que
apareceram os “representantes do partido no Governo Lula na Paraíba”,
um festival de vaidades que me deixou estarrecido. O malfadado programa
mostra os petistas em suas salas de trabalho nos órgãos
federais para os quais foram indicados, com critérios, no mínimo,
pouco democráticos. Mas não, por isto. Não se trata
das pessoas, mas da necessidade que a atual direção regional
do partido tem de tornar evidentes, a qualquer preço, as suas
“figuras”.
Temos tanto a mostrar ao povo da Paraíba.
Apesar dos problemas em nossas administrações, temos projetos,
programas e obras para divulgar, coisas que são de fato de interesse
público.
Temos idéias a defender.
Temos uma cidade como Campina Grande onde a nossa administração
vem tentando se afirmar. Mas os nossos dirigentes acham mais importante
aparecerem “felizes da vida” atrás de suas mesas
num show patético. Exatamente no momento em que somos criticados
pela volúpia com os cargos públicos, críticas que,
estou certo, são improcedentes em sua maioria. Mas este programa
e a forma como se deu a nomeação destas pessoas só
faz reafirmá-las, demonstram o encantamento com o poder, não
para cumprir uma missão, mas para usar este poder em benefício
de si próprio.
O PT surgiu combatendo a promoção pessoal dos administradores.
A idéia republicana de que prestamos serviço à
população e de que temos a obrigação e não
a prerrogativa de buscar as soluções para os problemas
do povo, com o povo, não pode ser abandonada, apenas porque temos
alguns candidatos que necessitam de visibilidade.
As trapalhadas de nossa direção estadual já afastaram
03 parlamentares e um número considerável de filiados.
A vaidade e o gosto pelo poder estão se sobrepondo a todos os
critérios de ética, aos princípios republicanos
e democráticos.
Em um dos programas anteriores apareciam os nossos dirigentes dançando
ciranda em frente a uma igreja. Não que dançar e ser alegre
não seja importante, mas, porque somente de dirigentes, qual
a mensagem que esta direção está querendo passar
para as pessoas. Chegamos a aprovar em nosso diretório municipal
um manifesto criticando a tal ciranda de petistas, em um momento em
que as nossas administrações estavam precisando de espaço
para mostrar o seu trabalho, para incentivar os nossos administradores.
Infelizmente, apesar de ter assumido o compromisso de levar a nossa
manifestação ao diretório regional a nossa presidenta
preferiu a omissão.
Esta é a primeira vez que faço um manifesto individual
desta natureza. É um desabafo. Peço, pelo menos, que as
pessoas que estão comprometidas com o nosso projeto de construção
de um país melhor para todo o povo, a partir de compromissos
éticos, de valores democráticos e republicanos, investiguem,
observem as coisas que estão acontecendo. Uma reflexão
sobre o deslumbramento de alguns dirigentes com as benesses do poder.
Uma parada para avaliar se a ansiedade de se tornar um grande líder,
um nome de peso, não está levando estas pessoas ao delírio
e à paranóia de se achar acima da história.
Um abraço fraterno e saudações petistas.
José Valter
Medeiros Campelo
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Matinta-perêra
Mulher velha que percorre distâncias à noite. Se afasta
se alguém disser que lhe dará um pedaço de rolo de
fumo. De manha ela vai buscar.
Cuíra
Diz-se de inquieto, ansioso,impaciente. Daquele que não agüenta
a espera de alguma coisa que vai acontecer
Titica
Cipó muito usado para a fabricação de móveis.
Chegou à beira da extinção.
Perau
Lugar perigoso do rio. Parte mais funda, onde o rio "não
dá pé".
Timbó
Um tipo de veneno usado para matar peixes. Bate-se a planta na água,
e o veneno se espalha. sem contrôle, mata.
Catinga de mulata
Catinga é cheiro ruim, mas "Catinga de mulata"é
cheiro bom, tanto que virou nome de perfume nos idos dos anos cinquenta
Remanso
Ponto onde o rio se alarga, a terra forma uma reentrância e
as águas ficam mais calmas
Bubuia
Aquelas minúsculas bolhas de espuma que se formam na corrente do
rio. Viajar de bubuia é ser levado pelas águas. "De
bubuia, título de canção popular.
Piracema
Época em que cardumes de peixes sobem os rios para a desova
Pedra do rio
Diz a lenda que que são as lágrimas de uma índia
que chorava a perda do amado. É onde está a íagem
de São José, na frente de Macapá.
Macapá
Vem de Macapaba, ou "estância das bacabas".
Bacaba
Fruto de uma palmeira, a bacabeira. O fruto produz um vinho grosso parecido
com o o açai.
Curumim
Menino na linguagem dos índios, expressão adotada pelos
brancos em alguns lugares.
Jurupary
O demônio da floresta tem os olhos de fogo, e quem o vê, de
frente, não volta para contar a história.
Yara
É a mãe d'água. Habita os rios, encanta com a suavidade
da voz, e leva pessoas para o castelo onde mora, no fundo do rio.
Pitiú
Cheiro forte de peixe, boto, cobra, jacaré e
outros animais.
Ilharga
Perto ou em volta de alguma coisa
Jacaré Açu
Jacaré grande.
Jacaré Tinga
Jacaré pequeno
Panema
Pessoa sem sorte, azarada. Rio em peixe.
Sumano
Simplificação da expressão"ei seu mano",que
é usada por quem passa pelo meio do rio para saudar quem se encontra
nas margens
Caruana
Espíritos do bem que habitam as águas e protegem as plantas
os homens e os animais.
Inhaca
Cheiro forte de maresia, de axilas de homem, de peixe ou de mulher
Tucuju
Nação indígena que habitava a margem esquerda do
rio Amazonas, no local onde hoje está localizada a cidade de Macapá.
Montaria
Identifica tanto o cavalo como a canoa pequena, de remo.
Porrudo
Grande, enorme, muito forte ou muito gordo
Boiúna.
Cobra grande, capaz de engolir uma canoa.(Lenda)
Massaranduba
Madeira de lei, pessoa grosseira, mal educada.
Acapu
Madeira preta, gente grossa mal educada. |
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