|
|
Esclarecimentos
necessários
Jornal Pequeno
São Luis do Maranhão
Amigos do senador José Sarney argumentam que a sua nota oficial
com sua assinatura não foi bem clara e confundiu a opinião
pública sobre a origem do seu dinheiro que estava depositado no
Banco Santos que sofreu intervenção do Banco Central na
sexta-feira, 12 de novembro. O texto da nota de Sarney é o seguinte;
“Eu, como centenas de correntistas, em face dos rumores publicados
na imprensa e existentes na praça sobre o Banco Santos, transferi
meus depósitos, produtos da venda da minha fazenda, Pericumã,
para o Banco do Brasil, depósitos estes constantes de minha declaração
de impostos de renda, há dois anos”. O Banco do Brasil não
opera em compra de terrenos ou propriedades rurais. O texto de Sarney
jogou mais fumaça no cinzento caso do Banco Santos, porque alguns
leitores ficaram na dúvida se o Banco do Brasil comprou ou não
as suas terras. Agora ficou claro que na condição de presidente
do Senado, Sarney conversou com o presidente do Banco Central, Henrique
Meireles, e com o presidente da República, Luiz Inácio Lula
da Silva, para sustar a intervenção no Banco Santos, agilizando
um empréstimo emergencial de R$ 200 milhões. O tráfico
de influência está bem evidente pela própria ação
de Sarney, porque fica difícil justificar tanto empenho do presidente
do Senado para socorrer um banco particular. Como não conseguiu
que fosse realizado o empréstimo emergencial, Sarney tratou de
salvar o seu dinheiro depositado no Banco Santos.
A fazenda Pericumã, Sarney, segundo seus amigos, constituiu comprando
lotes, grande parte deles pertencente a uma família de Goiás.
Juntou-os e os transformou numa propriedade contínua nas proximidades
de Brasília. O caso Banco Santos irrompeu justamente no momento
em que Sarney travava uma queda de braço com o senador Renan Calheiros
(PMDB) pela presidência do Senado. Edemar Cid Ferreira, dono do
Banco Santos, deve ser uma pessoa muito especial para Sarney, porque o
fez deixar de lado as articulações para sua reeleição
a presidente do Senado e voltar-se totalmente para resolver o problema
do Banco Santos. Na crise gerada pelo escroque Waldomiro Diniz, Sarney
desempenhou papel importante para livrar figurões do governo Federal
das acusações de envolvimento com a jogatina. Certamente,
confiando no reconhecimento de Lula, Sarney foi procurá-lo para
interceder junto ao Banco Central a concessão do empréstimo
emergencial que aliviaria a situação do Banco Santos. E
em sua relação com Lula, Sarney tinha crédito, porque
impediu o funcionamento da polêmica Comissão Parlamentar
de Inquérito (CPI) dos Bingos, quando deixou de indicar os seus
membros, já que os líderes dos partidos não o fizeram.
Sarney se amparou no fato do regimento do Senado ser omisso quanto ao
assunto, mas o da Câmara Federal prevê que nesta situação
quem nomeia os membros da CPI é o presidente da Casa. Sarney poderia
ter recorrido ao Regimento da Câmara, porém optou por fundamentar-se
na omissão e enterrou a CPI que estava cercada de expectativa e
muita apreensão de alguns cardeais petistas que temiam que as investigações
sobre os bingos desembocassem no vergonhoso episódio de Waldomiro
Diniz, flagrado pedindo propina a um chefão da jogatina eletrônica
do país.
O caso Waldomiro Diniz ainda está em pauta, porque no Senado há
um requerimento para uma CPI com o objetivo especifico de investigá-lo.
Na briga da sucessão municipal de Salvador-Bahia, o candidato derrotado,
senador César Borges (PFL), revoltado porque não recebeu
o apoio do PT no segundo turno, ao retornar a Brasília, o seu primeiro
ato foi subscrever a CPI de Waldomiro Diniz, que atualmente falta apenas
um voto para ser aprovada. Os bons momentos de Sarney com Lula estão
arrefecendo, como mostra a intervenção do Banco Santos.
No episódio Banco Santos, a mídia procura também
envolver Sarney por ter se beneficiado com informação privilegiada.
Quanto a essa acusação, Sarney defende-se lembrando os rumores
publicados na imprensa sobre a quebradeira do Banco Santos, o que o fez
retirar o dinheiro na véspera da intervenção.
O texto de Sarney para justificar o saque de seu dinheiro e o seu empenho
para evitar a intervenção no Banco Santos funcionaram como
duas latas de gasolina lançadas no meio da fogueira da luta pela
sucessão da Presidência do Senado, cujos primeiros rounds
seu adversário, senador Renan Calheiros, ganhou todos. O seu aliado
João Paulo Cunha já desistiu da reeleição
na Câmara Federal e o PT, como partido majoritário, enveredou
no processo de escolha de seu sucessor. A bancada do PMDB deu o recado
para Lula: o candidato no Senado é Renan Calheiros. Dos 23 senadores
peemedebistas apenas Papaléo Paes (AP) e João Alberto (MA)
se manifestaram a favor da reeleição de Sarney. Em São
Luís, o deputado Julião Amim (PDT) denuncia que R$ 5,4 milhões
da Caixa de Assistência Previdenciária dos Funcionários
do Banco do Estado do Maranhão (Capof) foram aplicados em CDBs
(Certificados de Depósitos Bancários) no Banco Santos, que
não tem agência no Maranhão, enquanto dezenas de outros
estabelecimentos de crédito operam no Estado. Julião articula
para viabilizar uma CPI na Assembléia Legislativa. É notório
o laço de amizade que une Sarney ao dono do Banco Santos, Edemar
Cid Ferreira, padrinho de casamento de Roseana Sarney com Jorge Murad.
Nos anos 80, com Sarney na presidência da República, a corretora
de Edemar foi elevada a Banco.
Cabe a Sarney explicar tanto empenho em defender o Banco Santos da intervenção
do Banco Central. As informações publicadas na mídia
o comprometem como homem público, afinal ele, o presidente do Congresso
Nacional, o quarto homem mais importante da República, defender
um Banco falido de uma ação saneadora do Banco Central,
o carro chefe do sistema financeiro do Governo Federal, é inconcebível.
|
|
 |
Matinta-perêra
Mulher velha que percorre distâncias à noite. Se afasta
se alguém disser que lhe dará um pedaço de rolo de
fumo. De manha ela vai buscar.
Cuíra
Diz-se de inquieto, ansioso,impaciente. Daquele que não agüenta
a espera de alguma coisa que vai acontecer
Titica
Cipó muito usado para a fabricação de móveis.
Chegou à beira da extinção.
Perau
Lugar perigoso do rio. Parte mais funda, onde o rio "não
dá pé".
Timbó
Um tipo de veneno usado para matar peixes. Bate-se a planta na água,
e o veneno se espalha. sem contrôle, mata.
Catinga de mulata
Catinga é cheiro ruim, mas "Catinga de mulata"é
cheiro bom, tanto que virou nome de perfume nos idos dos anos cinquenta
Remanso
Ponto onde o rio se alarga, a terra forma uma reentrância e
as águas ficam mais calmas
Bubuia
Aquelas minúsculas bolhas de espuma que se formam na corrente do
rio. Viajar de bubuia é ser levado pelas águas. "De
bubuia, título de canção popular.
Piracema
Época em que cardumes de peixes sobem os rios para a desova
Pedra do rio
Diz a lenda que que são as lágrimas de uma índia
que chorava a perda do amado. É onde está a íagem
de São José, na frente de Macapá.
Macapá
Vem de Macapaba, ou "estância das bacabas".
Bacaba
Fruto de uma palmeira, a bacabeira. O fruto produz um vinho grosso parecido
com o o açai.
Curumim
Menino na linguagem dos índios, expressão adotada pelos
brancos em alguns lugares.
Jurupary
O demônio da floresta tem os olhos de fogo, e quem o vê, de
frente, não volta para contar a história.
Yara
É a mãe d'água. Habita os rios, encanta com a suavidade
da voz, e leva pessoas para o castelo onde mora, no fundo do rio.
Pitiú
Cheiro forte de peixe, boto, cobra, jacaré e
outros animais.
Ilharga
Perto ou em volta de alguma coisa
Jacaré Açu
Jacaré grande.
Jacaré Tinga
Jacaré pequeno
Panema
Pessoa sem sorte, azarada. Rio em peixe.
Sumano
Simplificação da expressão"ei seu mano",que
é usada por quem passa pelo meio do rio para saudar quem se encontra
nas margens
Caruana
Espíritos do bem que habitam as águas e protegem as plantas
os homens e os animais.
Inhaca
Cheiro forte de maresia, de axilas de homem, de peixe ou de mulher
Tucuju
Nação indígena que habitava a margem esquerda do
rio Amazonas, no local onde hoje está localizada a cidade de Macapá.
Montaria
Identifica tanto o cavalo como a canoa pequena, de remo.
Porrudo
Grande, enorme, muito forte ou muito gordo
Boiúna.
Cobra grande, capaz de engolir uma canoa.(Lenda)
Massaranduba
Madeira de lei, pessoa grosseira, mal educada.
Acapu
Madeira preta, gente grossa mal educada. |
|
|