Tumucumaque:
O Governo não cumpriu a palavra.
Sexta-feira
passada, dia 22 de Novembro, foi realizada a terceira reunião do
Grupo de Trabalho do Tumucumaque. As informações que foram
prestadas na ocasião, estão confirmando tudo aquilo que
a sociedade amapaense temia.
A criação
do Parque Nacional das Montanhas do Tumucumaque foi feita à revelia
da vontade do povo e do governo do Amapá. Muitas foram as críticas
e as denúncias. O Governo Federal, então garantiu que -
em troca da criação do Parque e deste serviço ambiental
prestado para a humanidade - iria atender as reivindicações
mais importantes que viessem do governo amapaense.
Até
o Conselho Nacional do Meio Ambiente, numa decisão histórica,
decidiu apoiar as reivindicações do povo amapaense e foi
criado um Grupo de Trabalho que encaminhou uma longa lista de propostas
e de medidas a serem implementadas com a criação do Parque.
Seguiram-se
inúmeras viagens a Brasília, junto a ministros e autoridades
várias que prometeram fazer de tudo para atender nossas reivindicações.
Junto com
o decreto de criação do Parque, o Presidente da República
assinou uma resolução estabelecendo medidas emergenciais
que deviam ser tomadas como compensação.
Com nossa
surpresa, descobrimos que, em troca do parque, o Amapá receberia
só uma parte daquilo que já estava previsto no orçamento
de 2002. Nada mais!
Nos sentimos
ludibriados. Mesmo assim, acreditamos que a resolução do
Presidente da República viesse a ser cumprida.
Contávamos,
sobretudo, com os 20 milhões de reais que deviam ser liberados
para continuar o asfaltamento da BR 156, que faz parte do projeto “Avança
Brasil” mas que, a décadas, espera de ser terminada.
Já
passaram 3 meses e nem um centavo sequer foi liberado para o asfaltamento
da BR. Só faltam 40 dias para o fim do mandato do Presidente e
ele ainda não honrou sua palavra: sua resolução não
foi cumprida, seu compromisso com o povo amapaense não foi levado
a sério.
O que temíamos
está acontecendo: Tudo não passou de um engodo para acalmar
a sociedade e o governo amapaense e permitir ao presidente de “bater
mais um recorde” - como ele mesmo declarou - ao criar o maior
Parque Nacional do mundo.
E nós,
amapaenses?
É
por isso que conclamamos o povo amapaense e a sociedade nacional e internacional
a exigir conosco que o Presidente da República faça cumprir
integralmente a resolução que foi por ele assinada e que
nada mais significa do que obedecer ao que a lei orçamentária
estabelece. Pelo menos isso!
O resto iremos
negociar com o próximo governo.
Não
é justo que a preservação ambiental signifique para
nosso povo um peso e um ônus a mais a ser carregado, sem nenhuma
compensação.
Alessandro
Gallazzi
Vice-presidente
do COEMA
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