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Exposição
interativa mostra
detalhes do Amapá em São Paulo
O histórico prédio que abriga a unidade do Sesc (Serviço
Social do Comércio) no bairro paulistano da Pompéia foi
transformado pelo artista plástico Gringo Cardia numa radiografia
poética da Região Amazônica. Logo na entrada do pavilhão
principal da exposição Amazônia br, estão suspensos
bonecos gigantes que remetem às lendas amazônicas e à
festa do Boi de Parintins. Tudo num mar de papéis brilhantes e
amarelos.
O som e a
iluminação estimulam a introspecção e, lentamente
vai se embrenhando nas múltiplas paisagens amazônicas. O
espelho dágua, originalmente projetado pela arquiteta Lina Bo Bardi
para a área de convivência do Sesc, foi transformado no rio
Amazonas e, a partir de milhares de mudas de plantas e maquetes das principais
capitais da região, o visitante tem um retrato da ocupação
humana da floresta. Ao percorrer esta instalação, tem-se
uma visão aérea da Bacia do Rio Amazonas.
Os olhos
são chamados novamente para o alto sob a chuva de sementes. Amarradas
ao teto, centenas de diferentes sementes dão uma pista sobre a
diversidade vegetal da floresta e, a consequente multiplicidade de ecossistemas.
Bem no centro de um verdadeiro labirinto de gravetos está a oka,
inspirada nas habitações Waiãpi e que pontua o isolamento
dos povos da floresta.
Toda a exposição
é interativa. As pessoas entram na oka, manuseiam os utensílios
indígenas, além de, literalmente, mergulharem em um tanque
cheio de sementes. A instalação Espaço Comunitário,
destinada para a apresentação dos trabalhos de ONGs, mais
parece o interior de um barco e atrai principalmente a atenção
das crianças, que esperam pacientemente em filas para se balançarem
nas redes instaladas.
No deck,
local onde os paulistas que usam a piscina do Sesc tomam sol, foi montada
a Vila Amazonica. O madeiramento de tábuas corridas originais parece
palafitas e há reproduçõesdas casas do açaí,
da borracha e da farinha, esta última patrocinada pelo Amapá.
Durante as
duas primeiras semanas do Amazônia ber, dois moradores dePacuí,
que fazem parte da Cooperativa de São Joaquim do Pacuí,
os senhores Manoiel Martinho Gomes dos Santos e Benedito Cordeiro daSilva,
estiveram em São Paulo e apresentaram todo o processo de produção
da farinha. Ao todo, 175 quilos de mandioca foram transformados e os visitantes
tiveram a oportunidade de provar a farinha quentinha, saida do forno.
Foi neste
cenário que as mulheres parteiras do Amapá, representadas
pela Tia Xandoca, india Palikur da aldeia de Vila Isabel, Balbina Loureiro
de Lima, de Mazagão, e Tereza Bordallo, do Oiapoque, apresentaram
o Projeto Parteiras Tradicionais. O público ficou emocionado com
os relatos sobre os partos e todas as adversidadesque têm que ser
superadas para fazê-los.
Marabaixo,
Navegar, educação... Amapá em São Paulo
Até agora, a feira já atraiu mais de 90 mil visitantes.
Inicialmente outros governos da Região Norte manifestaram interesse
em também apoiar este evento. No entanto, coube ao Amapá
a maior participação na cenografia da feira. Cada um dos
70 itens da mostra da arte indígena, negra e ribeirinha, além
dos produtos industrializados do Amapá, tem revelado aos paulistas
os múltiplos aspectos da realidade do Estado.
Em agosto,
representantes dos projetos Escola Bosque e Família Agrícola,
Polícia Cidadã e Merenda Regionalizada vão relatar
as experiências fundamentais no cotidiano das culturas do Amapá
no painel sobre Educação. No mesmo período, o Prodap
(Processamento de Dados do Amapá) vai instalar um telão
na Vila Amazônica para transmitir, direto do Bailique, material
sobre o trabalho de resgate da cultura, além de disponibilizar
um chat on line entre os moradores do interior do Amapá e os jovens
de São Paulo.
O batuque
do marabaixo deve estremecer as estruturas da choperia do Sesc. Até
agora, se apresentaram grupos de Boi de Parintins e cantores populares
do Amazonas e Pará. Osmar Junior e banda vão apresentar
a Música Popular Amapaense. A exposição Amazôinia
br aconrtece até o dia 16 de agosto.
Sandra Porto
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Catinga de mulata
Catinga é cheiro ruim, mas "Catinga de mulata"é
cheiro bom, tanto que virou nome de perfume nos idos dos anos cinquenta
Remanso
Ponto onde o rio se alarga, a terra forma uma reentrância e
as águas ficam mais calmas
Bubuia
Aquelas minúsculas bolhas de espuma que se formam na corrente do
rio. Viajar de bubuia é ser levado pelas águas. "De
bubuia, título de canção popular.
Piracema
Época em que cardumes de peixes sobem os rios para a desova
Pedra do rio
Diz a lenda que que são as lágrimas de uma índia
que chorava a perda do amado. É onde está a íagem
de São José, na frente de Macapá.
Macapá
Vem de Macapaba, ou "estância das bacabas".
Bacaba
Fruto de uma palmeira, a bacabeira. O fruto produz um vinho grosso parecido
com o o açai.
Curumim
Menino na linguagem dos índios, expressão adotada pelos
brancos em alguns lugares.
Jurupary
O demônio da floresta tem os olhos de fogo, e quem o vê, de
frente, não volta para contar a história.
Yara
É a mãe d'água. Habita os rios, encanta com a suavidade
da voz, e leva pessoas para o castelo onde mora, no fundo do rio.
Pitiú
Cheiro forte de peixe, boto, cobra, jacaré e
outros animais.
Ilharga
Perto ou em volta de alguma coisa
Jacaré Açu
Jacaré grande.
Jacaré Tinga
Jacaré pequeno
Panema
Pessoa sem sorte, azarada. Rio em peixe.
Sumano
Simplificação da expressão"ei seu mano",que
é usada por quem passa pelo meio do rio para saudar quem se encontra
nas margens
Caruana
Espíritos do bem que habitam as águas e protegem as plantas
os homens e os animais.
Inhaca
Cheiro forte de maresia, de axilas de homem, de peixe ou de mulher
Tucuju
Nação indígena que habitava a margem esquerda do
rio Amazonas, no local onde hoje está localizada a cidade de Macapá.
Montaria
Identifica tanto o cavalo como a canoa pequena, de remo.
Porrudo
Grande, enorme, muito forte ou muito gordo
Boiúna.
Cobra grande, capaz de engolir uma canoa.(Lenda)
Massaranduba
Madeira de lei, pessoa grosseira, mal educada.
Acapu
Madeira preta, gente grossa mal educada.
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